terça-feira, março 15

Serviço de Utilidade Pública

Tá achando a vida calma demais? Precisando de fortes emoções? Cansado de fazer yoga e praticar a filosofia do contar até dez antes de explodir? Precisa dar uma agitada nessa sua vidinha monótona e acelerar os batimentos cardíacos?

Então VÁ AO DETRAN!

Especialmente se for o Detran de Taguatinga. Especialmente se você for fazer vistoria no seu carro. Especialmente se for de manhã.

Eu fui hoje. Foi suuuuuuper bom.

O despachante me ligou dizendo que o Detran de Taguatinga era mais vazio, que a fila não demorava, que eu precisava chegar bem cedo, essas coisas. A paspalha aqui acreditou (é, eu acredito, também, em Papai Noel, em Coelhinho da Páscoa e no Pluft, o fantasminha).

Já começa que o despachante me ligou mais de 300 vezes confirmando se eu iria estar lá hoje mesmo às oito e meia da manhã EM PONTO. Tadinho, ouviu tanta reclamação que nem mesmo acreditou que eu pudesse estar lá de verdade...

Bom, comecei tomando Maracujina no café da manhã. Antes de sair de casa, engoli dois Lexotan e coloquei uma caixa de Prozac na bolsa, por via das dúvidas.

E fui.

Três engarrafamentos, duas paradas para pedir informação, 4.789 palavrões e uma barbeiragem depois, cheguei lá.

Mal o despachante falou bom dia, eu já comecei a reclamar. Mas também, pô! Esse povo não sabe o significado de fila não! Um folgado parou o carro NO MEIO DA RUA, outra demorou duas horas para manobrar o carro e quase discuti com um motoqueiro porque ele não me deu passagem.

Entrei na fila da vistoria, tirei o sapato, coloquei o pé no painel, abri meu livro e relaxei. A fila até que andou rápido mesmo. Verdade seja dita. A vistoria em si andou mais rápido ainda. Mais rápido que o Enéas no programa político.

Liga o farol, dá a seta, pisa no freio.

- O extintor está bom?
- Está sim!
- Ah, então tá ótimo. É só isso.
- Só isso? Como assim??? Ah, então tá, né...