sexta-feira, outubro 1

A primeira vez a gente nunca esquece

Sim, ontem eu fui pro Clube do Choro pela primeira vez. Pode rir, pode criticar, pode pensar o que quiser, mas eu nunca tinha ido lá. É bem verdade que eu tinha vontade, mas só ontem o Cry Club recebeu a minha ilustre presença.

Mayra conseguiu uma mesa e falou que a gente tinha de chegar mais cedo. Como ela estava trabalhando, coube a mim essa missão. Pensem numa pessoa que nunca foi no lugar e, de repente, ficou responsável por garantir as reservas? Pois é, essa pessoa era eu!

Então vamos desde o começo:

Bom, aquela entradinha para o estacionamento, eu achei bizarra. Primeiro que eu fiquei cinco minutos parada ali me perguntando se era para entrar naquele caminho ou dar a volta e parar do outro lado. Até liguei para a Mayra. E ela não atendeu. E eu pensei: “vou seguir a galera. O que os outros motoristas fizerem, eu também faço!”. Detalhe importante: não tinha ninguém! E eu alí, com o meu carro parado na pista.

Quando finalmente chegou um carro e entrou naquela entradinha bizarra, eu entendi que estava no caminho certo. Ok. Estacionei e fui para a porta. Falei com o segurança. A nossa mesa era a oito. Eu, muito confiante, fui entrando e agindo com naturalidade (isso é muito importante quando se está num lugar que não se conhece...).

A ordem das mesas lá não tem ordem nenhuma. Tinha a mesa cinco, a seis, depois tinha a 25B, a 28A. Eu não entendi nada...

Sentei na mesa e o garçom logo veio me atender. Eu já querendo fazer amizade com o cara fui puxando papo. Ele não me deu a menor bola. Desisti. Foi quando o seguinte diálogo aconteceu:

- Vou querer uma skol. Mas bem gelada que está muito calor.
- Vou trazer logo um balde de cerveja pra deixar em cima da mesa. (Nem perguntou se eu tava sozinha ou não. Já presumiu logo que eu ia encher a cara, né?)
- Não, traz só uma. Quando minhas amigas chegarem, você traz o resto.
- Mas é que quando começa o show, fica difícil de a gente passar por aqui. Vou trazer logo o balde.
- Não, moço. Traz só uma. Elas já estão chegando. Elas vão chegar antes de o show começar.
- Você só vai pagar as cervejas que consumir. Vou trazer o balde.
- Não, cacete! Traz só uma. Eu tô sozinha aqui na mesa. Vou ficar com um balde de cerveja me olhando? Traz só uma.
- Tá, tudo bem. A senhora que sabe... (E saiu meio puto)

Pô, eu lá tenho obrigação de beber um balde de cerveja?

Pouco tempo depois, as meninas (Mayra, Lavis e Rena) chegaram e deu tudo certo. Até a hora de começar a opressão.