Ê vidinha de gado...
Já pensou como deve ser chato ser vaca? Sério mesmo. Pensa bem: o que que uma vaca faz? Pasta, muge, come grama e faz cocô. E só. O único momento mais movimentado deve ser quando vem um cara, às seis da manhã, puxa a teta da vaca e leva o leite todo. Já reparou como toda vaca e boi tem o olho tristinho como se dissesse: ê vidinha mais ou menos essa, viu...
Dizem que quando a gente morre, a gente pode escolher como quer reencarnar. Eu digo uma coisa: reencarnar em forma de vaca ou boi nem pensar! Você pode até vir com aquele papinho de quero ser uma borboleta para voar livre, ou um golfinho para nadar no oceano ou um leão para ser o rei da floresta. Mas não me venha dizer que você quer ser uma vaca (ou boi) que essa não cola!
Eu digo isso porque quinta-feira, como eu estava sem fazer nada, fui dar uma volta na exposição agropecuária. Sim! Fui de dia e para não fazer nada mesmo! E não venha me dizer que pastar é melhor porque não é!
Cara, eu fiquei chocada. As pessoas ficam empurrando os bois e vacas, ficam fazendo piadinha ("esse boi é casado. Olha o tamanho do chifre dele..." - E sim! Eu ouvi isso bem do meu lado, ta?), entrando lá na parte dos bois pra tirar foto, enchendo o saco dos tratadores pra querer ficar pegando no bicho. Ai que saco isso!
Fora que tinha uma parte lá reservada para as crianças. Sem brincadeira, parecia o circo dos horrores. Era uma manada de mini pônei (mini pônei é redundante, né?), mini não sei o que, mini não sei o que lá. E as crianças andando em cima dos bichos e os bichinhos, pobres coitados, sem a menor escolha. Vi até, bizarrice das bizarrices, um mini sei lá o que puxando uma carroça com CINCO PESSOAS DENTRO: três crianças e dois adultos. Pense no peso, pense no sofrimento, pense no calor? Pois é!
Estávamos lá, horrorizados com aquilo quando vemos um leilão de boi (ou vaca, sei lá!) rolando. Ah, vamos lá ver, né? Que coisa mais sem graça! Fica lá, aqueles bois gigantes desfilando e o cara falando: fulano de tal, primeiro lugar; fulano de tal, segundo lugar. Aaaaaai que tééééééédio!
Estou lá, chocada com a cena quando, de repente, eu olho pro lado e vejo a maior boca livre rolando numa parte reservada. Rango, bebida, tudo! Inclusive o Roriz. Sim! O Ruríz estava lá! Não vou dizer que ele foi lá cumprimentar seus conterrâneos porque seria muita maldade com os bois e as vacas, tadinhos, já tem uma vida tão tediosa para serem comparados àquela
(anta? Paca? Asno? Jeque?)...
Enfim, perdemos a oportunidade de dar uma xingadinha nele e fomos embora. Não sem antes passar do lado de uma agência de carro e perguntar - só por curiosidade, óbvio - o preço de uma caminhonete que estava lá. Chuta quanto? R$ 180 mil! Até saí de perto com medo de quebrar alguma coisa e não ter dinheiro pra pagar...
Pensa que a quinta acabou? Nããããããão!
Não satisfeitos com tudo que tínhamos visto de manhã, de tardezinha fomos para onde? Pro show da Daniela Mercury! Sim! Eu também fui pra lá (pagar meus pecados...)
Chegamos, pegamos a primeira cerveja, de repente, um tsunami vindo em nossa direção. Simplesmente uma briga gigantesca e o povo todo correndo. A Daniela Mercury parou o show e disse que era embaixadora da Unicef, que o índice de violência entre os jovens era muito alto, que blábláblá.... Bom, tudo se acalmou. Aí, de repente, a Daniela Mercury pergunta quem sabe jogar capoeira. E começou a cantar uma música de capoeira. E eu pensei: isso não vai dar certo... E não deu mesmo.
Outra briga, mais gente correndo. Detalhe: em nossa direção. E eu comecei a correr também. Lógico. Cara, que vergonha! Eu correndo (em direção aos bombeiros que estavam logo ali do lado) e pensando: eu to correndo de briga no show da Daniela Mercury. Tomara que ninguém veja essa cena. Aí foi demais pra mim. Cansamos e fomos embora. Ah, a minha cerveja? Não derramou uma gota no chão, lógico!
Aí, fomos pro Beirute comer um kibe que ninguém é de ferro, né?
posted by Dona Pri @ 2:42 PM
