Serviço de Utilidade Pública

Tá achando a vida calma demais? Precisando de fortes emoções? Cansado de fazer yoga e praticar a filosofia do contar até dez antes de explodir? Precisa dar uma agitada nessa sua vidinha monótona e acelerar os batimentos cardíacos?

Então VÁ AO DETRAN!

Especialmente se for o Detran de Taguatinga. Especialmente se você for fazer vistoria no seu carro. Especialmente se for de manhã.

Eu fui hoje. Foi suuuuuuper bom.

O despachante me ligou dizendo que o Detran de Taguatinga era mais vazio, que a fila não demorava, que eu precisava chegar bem cedo, essas coisas. A paspalha aqui acreditou (é, eu acredito, também, em Papai Noel, em Coelhinho da Páscoa e no Pluft, o fantasminha).

Já começa que o despachante me ligou mais de 300 vezes confirmando se eu iria estar lá hoje mesmo às oito e meia da manhã EM PONTO. Tadinho, ouviu tanta reclamação que nem mesmo acreditou que eu pudesse estar lá de verdade...

Bom, comecei tomando Maracujina no café da manhã. Antes de sair de casa, engoli dois Lexotan e coloquei uma caixa de Prozac na bolsa, por via das dúvidas.

E fui.

Três engarrafamentos, duas paradas para pedir informação, 4.789 palavrões e uma barbeiragem depois, cheguei lá.

Mal o despachante falou bom dia, eu já comecei a reclamar. Mas também, pô! Esse povo não sabe o significado de fila não! Um folgado parou o carro NO MEIO DA RUA, outra demorou duas horas para manobrar o carro e quase discuti com um motoqueiro porque ele não me deu passagem.

Entrei na fila da vistoria, tirei o sapato, coloquei o pé no painel, abri meu livro e relaxei. A fila até que andou rápido mesmo. Verdade seja dita. A vistoria em si andou mais rápido ainda. Mais rápido que o Enéas no programa político.

Liga o farol, dá a seta, pisa no freio.

- O extintor está bom?
- Está sim!
- Ah, então tá ótimo. É só isso.
- Só isso? Como assim??? Ah, então tá, né...

Marmelada de banana, bananada de goiaba, goiabada de marmelo...

Olha a nossa avó lá atrás. Dá uma saudade...

Bolinho de chuva, vaca mocha, jabuticabeira, ploct, pluft, nhoc, Rabicó, Reino das Àguas Claras, pó de pirlimpimpim, as 1001 noites, pegar saci no redemoinho, estilingue, Garnizé, Visconde, Seu Elias, os doze trabalhos de Hércules, a reforma da natureza, caçadas de Pedrinho, a história das invenções, a pílula falante, o Minotauro, a caminha da Marquesa de Rabicó, a morte do Visconde, a caverna da Cuca, o cachimbo do saci, Quindim – o rinoceronte, dr. Caramujo e suas pílulas mágicas, o Burro Falante, e, principalmente a dona Benta.

O meu sonho era ter ela como avó. Mas tinha de ser a Zilka Salaberry. Não podia ser outra. Hoje, ela morreu. Deu uma tristeza. Saudade daquele tempo. Era bom assistir ao Sítio comendo biscoito recheado de chocolate e tomando leite gelado. Era bom ser apaixonada pelo Pedrinho, querer ser amiga da Emília e ir no fundo do Mar conhecer o príncipe do Reino das Águas Claras.

Que pena que passou. Sorte da criança que conviveu com esse Sítio do Pica-pau Amarelo.

Tem pessoas que deveriam viver para sempre. Zilka Salaberry era uma delas.

Coisa que NINGUÉM merece:

Descobrir que é corno pela capa da Contigo!


Porque você tem de assumir que, além de corno, tem péssimo gosto para leitura.

3.47827,42 + 48.389,17 – 5,4 = I DON’T KNOW!!!

Tenho um problema sério com contas e números. Nem a tabuada do seis, do sete e do oito eu decorei. Mal consigo fazer uma regra de três. Conta que tem vírgula, então, nem pensar!

Trigonometria, logaritmos, seno e co-seno são apenas palavras distantes no meu vocabulário. Pi = 3,1413..., delta é igual a b ao quadrado menos 4ac são apenas fórmulas decoradas.

Eu, como a maioria da população brasileira, não entendo nada de taxa de juros, CDB, bolsa de valores, fundos de renda fixa, índice da Bovespa ou da Nasdaq.

Risco Brasil e superávit primário eu sei (mas não sei) o que é.

Mesmo com toda a minha ignorância econômica, se vocês me permitem, vou dar um conselho (de graça): Mora em Brasília? Tá com dinheiro? Quer investir em alguma coisa?

Compre um caiaque, um barco, um bote ou qualquer outro meio de transporte aquático!

Que chuva é essa, gente??? Ontem eu levei 49 minutos para ir do Senado ao Teatro Nacional. Uma enxurrada tão grande que tinha, pelo menos, seis carros parados na pista. E não era carro furreca não! Tinha de Ford Ka à Vectra. Todos paradinhos da Silva!

Chegou num ponto que os carros da pista em que eu estava, tinham de andar pela contra-mão, porque a água que descia era tanta que não tinha a menor condição de transitar.

E o tanto que eu tremia? Estava numa parte do trajeto que ‘ou vai ou racha’. Ou eu parava no acostamento ou tentava seguir em frente. E foi o que eu fiz. Colei num Fiat Uno que estava na minha frente e fiz tudo que ele fazia. Como não dava para enxergar a pista mesmo, só a água, eu pensei:

“Se ele passa, eu passo! Se ele cair num buraco, eu me lasco!”

Com muita coragem, fui em frente. E passei! Mas olha, foi por pouco.

E eu estou vendo daqui que o tempo está nublado de novo. Por isso, meus caros, que estou indo agora mesmo na casa Karajás (ainda existe?) comprar o meu personal bote inflável.