segunda-feira, julho 25

Pochete: eu tenho medo!

Entre tantas coisas importantes que acontecem no país hoje – Marcos Valério, CPMI, mensalão, dizimão e o aumento das vendas das malas e cuecas no país – uma questão, em especial, me aflige: por que tem gente que ainda usa pochete??? Especialmente funcionários públicos de um certo órgão federal em Brasília.

Digo isso embasada em constatações irrefutáveis. Eu já tinha percebido esse ponto em comum entre todos os servidores desse órgão. Mas sexta-feira estive lá e digo com toda certeza: de cada dez que que chegavam, pelo menos, nove usavam pochete. Daquelas grandes, daquele pano que lembra couro se você olhar bem rápido. Alguns, mais tradicionais, usavam na cintura. Outros, mais moderninhos e ligados na moda, usavam no ombro.

Eu até entendo o uso de uma pochete. Se você ficou preso no tempo lá em 1982 e não saiu mais, já que os anos 80 andam tão na moda ultimamente. Mas aí, você vai ter de usar, também, ombreira, tênis da Company, chaveiro pé de pato da K&K e new wave no cabelo. Fora isso, não dá!

Será que o uso de pochete é item obrigatório e exigido em edital? Tipo assim:

Documentos para fazer a inscrição:

- Carteira de Identidade
- Título de eleitor com comprovante das duas últimas eleições
- Certidão de nascimento ou casamento
- Certificado de reservista
- Pochete

quinta-feira, julho 14

Quando eu digo, ninguém acredita...

Tá reclamando do seu emprego? Poderia ser pior. Você poderia ser funcionário da Claro. Como se não bastasse toda a incompetência da “empresa”, lá, os funcionários não podem nem ter uma diarréia sossegados. Olha a notícia que eu tirei do site do MPT.


Justiça condena Claro por limitar ida de empregados ao sanitário

A companhia telefônica Claro foi condenada em primeira instância na Justiça do Trabalho de Goiás por impor arbitrariamente limite de tempo no uso de sanitários por parte dos funcionários do setor de teleatendimento. A empresa punia os funcionários que passassem mais de cinco minutos no banheiro.

A empresa tentou demonstrar que não controlava a ida dos atendentes aos sanitários, argumentando que os funcionários dispunham de 15 minutos de descanso para uma jornada de seis horas de trabalho e que poderiam fazer ainda o uso de 5 minutos para "outras eventualidades", como ir ao banheiro.

Quem extrapolasse o tempo deveria preencher relatório explicando a ausência. As punições variavam da advertência à demissão.

sexta-feira, julho 8

Precisar, não precisa, mas...

Assim como tem certas coisas que só a Mastercard pode fazer por você, tem certas futilidades que fazem a felicidade das pessoas. Principalmente das mulheres. Principalmente das mulheres que gostam de gastar tempo (e dinheiro) com coisas que, de repente, se tornam essenciais. Principalmente quando eu sou uma dessas mulheres.

Queria tanto que o H.G.Wells aparecesse aqui na minha frente e me ensinasse um jeito de voltar no tempo. Queria voltar para segunda-feira duas horas da tarde. Exatamente a hora que eu tive a maravilhosa idéia de jerico de ir no salão cortar o cabelo. Porque, se eu tenho personalidade, a minha cabeleireira tem muito mais.

- Sra. Tesourinha Nervosa, eu queria tirar as pontas do meu cabelo, tá vendo? Essas pontas enormes estão deixando meu cabelo totalmente seco e isso está me irritando.
- Nossa, é mesmo. Vamos cortar então. Mas você tem de esperar só um pouquinho porque vou só terminar de fazer essa escova nesse cabelo aqui.
- Ah, claro, não tenho nada pra fazer, pode ficar tranqüila que eu espero.

E peguei uma Caras e fiquei lendo (ou melhor, vendo as figuras, né? Porque essa revista tem mais foto que texto. Outra coisa, que mania é essa de colocar a idade em tudo? Eu sei que isso rende um post à parte, mas vou falar aqui. É assim: “Sheila Carvalho (27), Sheila Mello (25) e Carla Perez (25) conversam com o estilista Clodovil (52) e com o carnavalesco Joãosinho Trinha (42). No colo de Carla Perez (25) está o filho, Carlos Perez (2) e o cachorrinho Carlinhos (1). Ao lado, Tônia Carreiro (154) e Dercy Gonçalves (idade não revelada)”. Que neura. Eles devem ter uma tabela gigante com a data de nascimento e a idade de todo mundo). Bom, mas voltando ao texto...

Peguei a Caras e fiquei lendo. Foi nessa hora que eu devia ter sentido alguma coisa no ar e devia ter ido embora. Mas, não, eu estava decidida. Quando chegou minha vez, fui no lavatório lavar o cabelo. (aqui rende outro parênteses: o lavatório é o pânico de toda cliente e a glória de toda cabeleireira. É nessa hora que elas ficam enchendo o saco pra você comprar o creme tal, pra testar o tratamento tal e você fica dando mil desculpas esfarrapadas do tipo: nossa, seu cabelo estão tão maltratado. Você precisa vir aqui pra gente fazer um tratamento. Tem uma linha ótima da marca tal que é um sucesso. Ah, vou marcar sim. Nossa, vou fazer com certeza! – até parece!) Enfim, sentei na cadeira e vamos lá!

Era só parar tirar as pontas, lembra-se? Pois é, ela tirou o cabelo quase todo. Resultado: estou com o cabelo na altura do ombro e atrás tem um bico meio arredondado. A única coisa que ficou normal foi a franja. Detalhe: meu cabelo curto, enrola. Detalhe maior ainda: estou parecendo o Bozo. Só faltou pintar de vermelho.

Então, é por causa dessa volta toda que estou com vontade de me render à uma futilidade que, pra mim, nem vai ser tão fútil assim: a escova progressiva. Eu tava aqui pensando, a escova progressiva vai ser bom porque vai tirar o aspecto Bozo do meu cabelo enquanto ele cresce. Já até olhei umas fotos de antes e depois de escova progressiva no google e o resultado me pareceu legal. O problema é que depois de tanta tinta, permanente e tesoura no meu cabelo, tenho medo de ficar carequinha, carequinha, igual ao Kojak. Ou ao Marcos Valério, para usar um nome mais da atualidade...